domingo, 29 de abril de 2012

Cadernos de educação Popular 1 - Explorados e Exploradores



Neste texto procuramos explicar porque é que sendo os trabalhadores que extraem as riquezas à natureza e produzem novas riquezas, são os que estão em piores condições na sociedade. Para responder a esta pergunta tivemos primeiro que estudar os diversos elementos do processo de produção: matéria-prima, instrumentos de produção, meios de produção, força de trabalho. Estudados estes elementos, assinalamos que, sendo os instrumentos de produção as condições materiais indispensáveis para todo o processo de produção, os seus detentores, podem impor aos trabalhadores, que não os possuem, condições de trabalho que lhes permitem apropriar-se duma parte do trabalho alheio: é assim que nascem as relações de exploração. O processo de trabalho é portanto um processo histórico que se desenrola sob determinadas relações sociais de produção. Estas tendem a reproduzir-se e na sua reprodução intervêm os elementos jurídico-político e ideológicos que são controlados por quem detém o poder econômico.

Esta análise levou-nos a definir sociedade duma forma científica mediante o conceito do modo de produção. Este conceito resume duma forma clara o fato das relações de produção serem o centro organizador de todos os aspectos da sociedade. O modo de produção é composto por uma infra e por uma superestrutura, sendo a infraestrutura que determina em última instância a superestrutura. Finalmente distinguimos o conceito de modo de produção do conceito de formação social, que se refere a uma sociedade historicamente determinada. Acabamos insistindo em que a luta contra a exploração econômica, para ser bem sucedida, deve destruir os aparelhos através dos quais se exerce o poder político e ideológico das classes exploradoras. Concluímos que nesta luta as classes dominantes nunca renunciarão de forma voluntária aos seus privilégios e por isso os trabalhadores devem preparar-se para uma longa batalha utilizando todas as formas de luta que sejam necessárias para destruir definitivamente a exploração.


Do que dissemos anteriormente vemos que este caderno se limita a fornecer os conceitos mais importantes para o estudo da sociedade, sem entrar no entanto no estudo das contradições que explicam a razão da mudança da sociedade de um tipo para outro. Este tema será desenvolvido no caderno n. 6 "Capitalismo e Socialismo".

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Cadernos de formação popular 1 - Explorados e Exploradores

quinta-feira, 26 de abril de 2012

POR QUE IMPLICAR SÓ COM A FOTO DO STALIN NOS CADERNOS?



Ainda sobre a questão dos cadernos de Stalin, que provocaram grande polêmica na Rússia, algumas ponderações precisam ser colocadas. É preciso deixar claro que a resistência à foto do líder bolchevique na coleção não é de cunho moral, como às vezes a burguesia tenta colocar. A discussão subjacente é de cunho político. Sempre foi.

E para mostrar exatamente isso reproduzo abaixo trechos de uma matéria de Larisa Khudikova, extraído do site Russia Beyond The Headlines, a qual desmascara a falta de critérios da direita esperneante e birrenta que ainda urra contra os tais cadernos.

Vejam que interessante observação colocada por Larisa, citando o blogueiro Black Lightning: 

"Em minha opinião, há muito para se pensar aí [sobre a polêmica causada pelos cadernos]. De fato, por que essas pessoas estão preocupadas com a foto de Stalin em particular? Se você nunca considerou esta questão é hora de pensar nisso. Você acha que Stalin foi um tirano e ditador? Ok, mas não foi Catarina, a Grande, uma tirana e ditadora? Não havia constantes levantes, execuções e guerras durante seu reinado? Fora o fato de que ela derrubou seu próprio marido, o imperador russo Pedro III, o qual morreu prematuramente logo depois. E ela está bem ali nas capas dos cadernos, junto com o Generalíssimo [Stalin], e ninguém liga pra isso. Ninguém está exigindo "que seja banido, para sempre!". Mas como assim?"


Larisa cita também Mikhail Vinogradov, chefe do Centro Assistência Legal e Psicológica em Situações Extremas, que afirmou que Nicolau II, por exemplo, era chamado de "o sangrento", mas agora foi inclusive canonizado. E também está na coleção.



Ora, então sejamos claros: qual é realmente o critério a partir do qual se julga que figura histórica pode ou não pode, deve ou não deve aparecer nas capas desses cadernos? Por que a direita moralista e mentirosa não diz uma palavra sobre esses outros personagens? Dois pesos, duas medidas. Os critérios universais burgueses não parecem tão universais assim.

E segundo Larisa, enquanto os reacionários estão tendo pesadelos com essas fotos de Stalin, as crianças, por sua vez, apenas pensam que Stalin é uma figura legal, ou até um meme da internet.


Neto de aço: incansável, neto de Stálin processa a Duma mais uma vez



Yevgeny Dzhugashvili, neto de Stálin, mais uma vez foi à justiça contra calúnias divulgadas sobre seu avô. Dessa vez, apelou na Corte Suprema contra uma resolução da Duma sobre o chamado massacre de Katyn.
Desde que restaurou o capitalismo na Rússia, a camarilha burguesa não cessa de divulgar desinformação, mentiras, calúnias e de falsificar documentos numa tentativa orwelliana de tentar mudar o glorioso passado soviético, especialmente aquele do período de Stálin.
Dessa vez, resolveram “admitir” que o massacre de Katyn foi executado por ordens diretas de Stálin e outros líderes do partido bolchevique, “reconhecendo” assim a culpa soviética.
Mas segundo a ação movida por Dzhugashvili, “este ofensivo ato legal apresenta falsas informações, diminuindo os méritos de Stálin diante das autoridades e dos cidadãos da Rússia e de outros países”.
Dzhugashvili aponta que um processo criminal sobre o massacre dos poloneses em Katyn foi incluído na acusação de Hermann Goering e Alfred Jodl no Tribunal Militar Internacional em Nuremberg. E eles foram considerados culpados pelo massacre na época.
A primeira versão sobre o massacre de Katyn surgiu em abril de 1943, quando os invasores alemães, que estavam em território polonês, encontraram uma vala comum com 4.500 soldados poloneses. O objetivo era claro: criar uma situação de embaraço para a URSS durante a guerra e colocá-la em conflito com os países aliados.
A União Soviética acusou os nazistas de serem os responsáveis pelo massacre, apontando que as mortes aconteceram em 1941, período em que o território polonês já estava ocupado pelos alemães.
Mário Lopes

Fonte - A Verdade

terça-feira, 24 de abril de 2012

Trotskismo x Leninismo Apêndice 2 - Trotsky e a Imprensa Imperialista



Outra forma de lançar luz sobre a essência contra-revolucionária dotrotskismo é examiná-lo no contexto das suas relações com a imprensa burguesa. Ebem sabido que a imprensa imperialista desabona e denuncia todas as idéias mar-xistas e todos os marxistas. Mas como essa imprensa trata Trotsky, supostamente omaior bolchevique depois de Lênin? 

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Apêndice 2 - Trotsky e a Imprensa Imperialista

O Marxismo e o problema Nacional e Colonial - Stálin (III)




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A REVOLUÇÃO DE OUTUBRO E O PROBLEMA NACIONAL.

I. A Revolução de fevereiro e o problema nacional
II. A Revolução de outubro e o problema nacional 
III. Significação mundial da Revolução de outubro 

O Marxismo e Problema Nacional e Colonial - Stalin - (III)

sábado, 21 de abril de 2012

Trotskismo X Leninismo Apêndice 1 - O testamento de Lenin


Como deixaram claro as páginas precedentes, Lênin tinha uma visão muito negativa de Trotsky e lutou contra o menchevismo e kautskysmo oportunista de Trotsky. É também bem conhecido que Lênin tinha Stalin em alta estima, como um revolucionário leal, de credenciais impecáveis. Eis 'algumas citações expressando o respeito, entusiasmo e afeição de Lênin por Stalin:

Já em fevereiro de 1913, em uma carta a Máximo Gorky, Lênin escreveu: "Nós temos um maravilhoso georgiano, que se dispôs a escrever um grande artigo para o Prosvescheniye, para o que ele coletou TODOS os materiais austríacos e outros" (Collected Works, Vol. 35, p. 84).

 Em dezembro do mesmo ano, Lênin se refere a Stalin .como o principal teórico marxista do Partido sobre a questão nacional:

"A situação e os fundamentos do programa nacional para a social-democracia têm sido recentemente tratados dentro da literatura teórica marxista (o lugar mais proeminente sendo ocupado pelo artigo de Stalin)" (Collected Works, Vol. 19, p. 539).

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Apêndice 1 - O testamento de Lenin

40 ciudades decorarán autobuses con la imagen de Stalin en el aniversario de la victoria de la URSS sobre los nazis



Un total de 40 ciudades de la antigua Unión Soviética –entre ellas Moscú, San Petersburgo, Volgogrado (antigua Stalingrado), Kiev, Minsk, Tallín y Riga– decorarán sus autobuses con la imagen del ex líder soviético Joseph Stalin el 9 de mayo, cuando se conmemora el Día de la Victoria en Europa.
Pese a que esta celebración recae en el 8 de mayo en el resto del mundo, coincidiendo con la fecha en que los aliados reconocieron la rendición incondicional de la Alemania Nazi, la Unión Soviética consideró como finalizada la guerra el 9 de mayo.
La Unión Soviética, liderada en ese momento por Stalin, fue el contendiente que sufrió un mayor número de bajas, con un total de alrededor de 10.600.000 –6.829.437 fallecidos en combate y 3.300.000 prisioneros de guerra fallecidos en cautiverio– y fue la fuerza que liberó el Frente Oriental y la primera en entrar en Berlín, batalla en la que fallecieron alrededor de 360.000 soldados soviéticos, muy por encima de las bajas alemanas.
El líder de la campaña del ‘Autobús de la Victoria’, Viktor Loginov, ha dicho que estos autobuses empezarán a funcionar el 6 de mayo, aunque ha apuntado que aún deben reunir alrededor de 150.000 rublos (3.805 euros) para asegurar el lanzamiento exitoso de la campaña.
Esta iniciativa se celebró por primera vez en San Petersburgo en 2010 y está destinada a “enfrentarse a las falsificaciones sobre la Unión Soviética”, según ha informado la agencia de noticias rusa RIA Novosti. Los miembros del comité organizador han asegurado que no pertenecen a ninguna organización pública ni política

quinta-feira, 19 de abril de 2012

VÍDEO: ÔNIBUS COM IMAGEM DE STALIN DEVEM CIRCULAR EM 40 CIDADES DA RÚSSIA


A reportagem acima (em inglês), do canal russo RT (Russia Today), fala sobre a possível circulação de ônibus com a imagem de Stalin em cerca de 40 cidades da Rússia na celebração do Dia da Vitória (9 de maio) em 2012. Mas como não poderia deixar de ser, a burguesia, que até hoje tem pesadelos com Stalin, seu grande terror, faz fumaça e tenta impedir.

A despeito da enxurrada de mentiras sobre Stalin bombardeadas pela burguesia através dos meios de comunicação (dos quais é proprietária), isso não foi suficiente até hoje - e nem será - para reescrever a história como gostariam os capitalistas, atribuindo a Stalin crimes hediondos para com isso ser possível usar a velha falácia do tu quoque ("você também", em latim) quando atacados sobre Hitler, ícone e desenvolvimento consequente da política da extrema-direita.

Stalin, além de ter tornado a URSS uma potência mundial, liderou o país contra Hitler e os nazistas e salvou a humanidade da besta fascista, tendo sido o líder comunista que mais acumulou forças e mais próximo chegou de destruir o capitalismo a nível mundial. Daí todo o ódio destilado pela burguesia contra este grande líder.

quarta-feira, 18 de abril de 2012

Massacre de Katyn: a Rússia se desculpa por algo que não fez...



A seguinte notícia é do site Euronews, de 16 de Abril de 2012.

Setenta e dois anos depois do massacre de Katyn pelo exército soviético cai a sentença.

O Tribunal europeu dos direitos do homem condenou a Rússia pela não respeito dos direitos dos descendentes.

O tribunal não satisfez a reclamação dos familiares dos mortos quanto à ineficiência dos investigadores russos, decidindo, no entanto, que a Rússia não informou os requerentes suficientemente sobre o destino de seus familiares falecidos.

Após a invasão pela URSS, em setembro de 1939, de regiões polaca do Leste, em virtude do pacto germano-soviético, cerca de 22.000 oficiais polacos, prisioneiros do Exército Vermelho, foram abatidos na floresta de Katyn e em Mednoe (Rússia), assim como em Kharkiv (Ucrânia).

Durante décadas, a União Soviética acusou os nazis por esses assassinatos. Só foi em abril de 1990 que o dirigente soviético Mikhal Gorbatchev admitiu a responsabilidade de seu país nesses massacres.

A História de Katyn é basicamente essa: em 1940, os Alemães nazistas descobriram uma cova cheia de corpos de 20 mil oficiais poloneses. Todo mundo meteu o pau na União Soviética de Stalin, acusando a NKVD de ter cometido tal crime.

Até hoje, vários neo-nazistas e anticomunistas de outras correntes, usam do argumento de Katyn pra falar de "um crime soviético que a mídia internacional-esquerdista não fala".

Eu sou adepto do argumento da direção stalinista de que foi a Alemanha. E eis por que:

Ø  Porque, pra início de conversa, quem primeiramente “descobriu” as covas foram os alemães. Se os soviéticos tivessem feito eles poderiam fazer o mesmo para culpar os nazistas. Mas somente quando os alemães descobriram e tornaram o acontecimento algo público, foi que a URSS se pronunciou.

Ø  Porque não entendo que motivos levariam a URSS a fazer algo assim. Eles matariam 20 mil prisioneiros de guerra da Polônia (que poderiam ser usados contra o inimigo em alguma estratégia), gastariam balas que usariam contra os nazistas, deixariam os 20 mil corpos expostos para todo mundo ver... E ganhariam o que? Se a URSS tivesse feito isso, seria para que todo o mundo soubesse que foi ela.

Ø  Porque, desde cedo, evidências de que foi um crime nazista são gritantes. Em especial o fato de que as balas das armas que mataram e o fato de que o ministro nazista Goebbels escreveu em seu diário em 18 de maio de 1943, "desgraçadamente a munição alemã foi encontrada em Katyn. É fundamental que este incidente se mantenha em segredo. Se for conhecido pelo inimigo, todo o assunto de Katyn terá que ser abandonado",

Ø  Porque há Evidências firmes e concretas de que documentos soviéticos que falam do crime foram falsificados. De acordo com o falecido deputado comunista russo, Viktor Ilyukhin, várias marcas de carimbos datavam dos anos 70.

Ø  Porque quem mais tinha a ganhar com um Massacre feito pelos bolchevistas eram os nazistas, em especial os seus Serviços de Propaganda.

Ø  Porque, a não ser que os soviéticos não tivessem noção alguma de estratégia político-militar (o que não é o caso, tanto é que ganharam a guerra), massacrar os soldados de um país cujo governo (exilado) eles haviam se aliado iria trazer péssimas consequências (e trouxe, pois o governo polonês em exílio rompeu relações com a URSS por causa de Katyn). Pra não falar do Comando Aliado.

Ø  Porque todos os julgamentos sobre Katyn são feitos por tribunais da UE e quem primeiramente afirmou que a culpa era da URSS foi Gorbatchov, o canalha que destruiu o país quando tentava se tornar amigo do Ocidente.

E isso é só a ponta do Iceberg. Porém, não me aprofundarei nisso. Quem quiser, que veja os seguintes sites. Os dois primeiros estão em inglês.


Então, basicamente essa é a história do Massacre de Katyn. Um crime nazista.

Mas, pior que isso, um crime nazista –mas que toda a mídia internacional usa para suas babaquices anticomunistas. E a Polônia, ao invés de cobrar justiça da Alemanha, prefere ficar enchendo o saco dos russos. E o governo russo covardão se desculpa por algo que simplesmente não fez. Que desgraça!  

terça-feira, 17 de abril de 2012

The Soviet Story refutado


"Aquele que mente mata uma parte da humanidade"

Este vídeo é um trabalho independente, sem fins lucrativos ou vínculos com qualquer partido ou organização política, que investiga as alegações feitas no documentário letão "The Soviet Story", vencedor de prêmios na Letônia e Estônia, países que oficialmente reabilitam o nazismo. Sensacionalista e historicamente impreciso, nas palavras de um deputado letão, o documentário comprova apenas uma coisa: que a Letônia ainda é um país muito provinciano.

Agradecimentos à Liga da Razão e ao comentarista "theyounghistorian77", racionalista e patriota britânico. Várias citações do vídeo foram retiradas de seu artigo em:

http://blog.leagueofreason.co.uk/literature/the-soviet-story-a-critique-the-f...

Este vídeo é de autoria do Canal da Vitória(The Victory Channel).
Nosso grupo no Raid Call tem o ID 4346938
http://apaginavermelha.blogspot.com

Parte 1

Parte 2

Parte 3

segunda-feira, 16 de abril de 2012

Stálin, Trotsky e a revolução permanete

Dúvida: por que o grande orador Trotsky, o "agitador", "grande líder das massas", tomou uma surra tão grande de Stalin num processo democrático do partido?





Livro escolar sobre Stalin vira best-seller na Rússia


Capa do Livro


Ultimamente muitas noticias vem sendo veiculadas sobre o crescente resgate de Stálin na Rússia, não obstante a redação das notícias veiculadas na mídia burguesa(1) conterem os vícios inerentes as classes mais reacionárias, vemos a cada dia a popularidade do grande líder soviético , Josef Stálin, crescendo cada vez mais na Rússia, mesmo com a campanha desenfreada anticomunista, por parte dos reacionários daquele país.
Se já não bastasse a capa dos cadernos dos estudantes ter a imagem do líder soviético(2), e isso enlouquecer os reacionários, agora um livro escolar que trás grandes personalidades russas, dentre elas o líder comunista, se tornou um Best-seller, se esgotando rapidamente nas livrarias de Moscou, com isso mais uma vez levantando a irá dos reacionários.
Stálin foi o principal dirigente da união soviética entre 1923 e 1953, onde se verificou os maiores avanços possíveis para o povo naquele país, sendo a política implementada, na união soviética, neste período, um exemplo a ser alcançado pelos trabalhadores de todo o mundo, por isso ainda hoje, os reacionários tentam manter as mesmas mentiras(3) inventadas pelos inimigos do socialismo a qualquer preço, para que não se reaviva a chama e as lembranças da época de ouro do socialismo e, não se avance para construção do único sistema capaz de libertar a humanidade do jugo da exploração do homem pelo homem, o comunismo. 

2 -CADERNO COM FOTO DE STALIN NA CAPA IRRITA REACIONÁRIOS NA RÚSSIA http://www.comunidadestalin.blogspot.com.br/2012/04/caderno-com-foto-de-stalin-na-capa.html

Marxismo e revisionismo, na visão de Che Guevara





Carta do comandante Ernesto Che Guevara a Armando Hart Dávalos, escrita em 4 de dezembro de 1965. Armando Hart foi ministro da Educação (1960–1965) e ministro da Cultura (1976–1997), atualmente é membro do Conselho de Estado da República de Cuba

Meu querido Secretário:

Felicito-te pela oportunidade que te deram de ser Deus; tens 6 dias para isso. Antes de que termines e te sentes a descansar (…), quero te expor algumas ideiazinhas sobre a cultura de nossa vanguarda e de nosso povo em geral.

Neste longo período de férias meti o nariz na filosofia, coisa que faz tempo pensava fazer. Encontrei-me com a primeira dificuldade: em Cuba não há nada publicado, se excluímos os tijolos soviéticos que têm o inconveniente de não te deixar pensar; já que o partido o fez por você e você deve digerir. Como método, é o mais antimarxista, mas além disso costumam ser muito ruins. A segunda, e não menos importante, foi meu desconhecimento da linguagem filosófica (tenho lutado duramente com o professor Hegel e no primeiro round me deu duas quedas). Por isso fiz um plano de estudo para mim que, acredito, pode ser estudado e melhorado muito para constituir a base de uma verdadeira escola de pensamento; já fizemos muito, mas algum dia teremos também que pensar. O meu plano é de leituras, naturalmente, mas pode se adaptar a publicações sérias da editora política.

Se você der uma olhada em suas publicações poderá ver a profusão de autores soviéticos e franceses que tem.

Isso se deve à comodidade na obtenção de traduções e ao seguidismo ideológico. Assim não se dá cultura marxista ao povo, no máximo divulgação marxista, o que é necessário, se a divulgação é boa (não é este o caso), mas insuficiente.

Meu plano é este:

I. Clássicos filosóficos
II. Grandes dialéticos e materialistas
III. Filósofos modernos
IV. Clássicos da Economia e precursores
V. Marx e o pensamento marxista
VI. Construção socialista
VII. Heterodoxos e Capitalistas
VIII. Polêmicas

Cada série tem independência com relação à outra e poderia se desenvolver assim:

I. Tomam-se os clássicos conhecidos já traduzidos ao espanhol, acrescentando-se um estudo preliminar sério de um filósofo, marxista se for possível, e um amplo vocabulário explicativo. Simultaneamente, se publica um dicionário de termos filosóficos e alguma história da filosofia. Tal vez pudesse ser Dennyk e a de Hegel. A publicação poderia seguir certa ordem cronológica seletiva, quer dizer, começar por um livro ou dois dos maiores pensadores e desenvolver a série até concluí-la na época moderna, retornando ao passado com outros filósofos menos importantes e aumentando volumes dos mais representativos, etc.

II. Aqui se pode seguir o mesmo método geral, fazendo compilações de alguns antigos (há tempo li um estudo em que estavam Demócrito, Heráclito e Leucipo, feito na Argentina).

III.  Aqui se publicariam os mais representativos filósofos modernos, acompanhados de estudos sérios e minuciosos de gente entendida (não precisa ser cubana) com a correspondente crítica quando representem os pontos de vista idealistas.

V.  Está se realizando já, mas sem nenhuma ordem e faltam obras fundamentais de Marx. Aqui seria necessário publicar as obras completas de Marx e Engels, Lenin, Stalin e outros grandes marxistas. Ninguém leu nada de Rosa Luxemburgo, por exemplo, que cometeu erros em sua crítica de Marx (tomo III) mas morreu assassinada, e o instinto do imperialismo é superior ao nosso nestes aspectos. Faltam também pensadores marxistas que depois saíram dos trilhos, como Kautsky e Hilferding que fizeram aportes e muitos marxistas contemporâneos, não totalmente escolásticos.

VI. Construção socialista. Livros que tratem de problemas concretos, não só dos atuais governantes, mas do passado, fazendo pesquisas sérias sobre os aportes de filósofos e, sobretudo, economistas ou estadistas.
VII. Aqui viriam os grandes revisionistas (se quiserem podem pôr Kruschev), bem analisados, mais profundamente que nenhum outro, e devia estar teu amigo Trotsky, que existiu e escreveu, ao que parece. Ademais, grandes teóricos do capitalismo como Marshall, Keynes, Schumpeter, etc. Também analisados a fundo com a explicação dos porquês.

VIII. Como seu nome o indica, este é o mais polêmico, mas o pensamento marxista avançou assim. Proudhon escreveu Filosofia da miséria e se sabe que existe pela Miséria da filosofia. Uma edição crítica pode ajudar a compreender a época e o próprio desenvolvimento de Marx, que não estava completo ainda. Estão Robertus e Dürhing nessa época e depois os revisionistas e os grandes polemistas dos anos 20 na URSS, provavelmente os mais importantes para nós.

Agora vejo que me escapou um, motivo pelo qual mudou a ordem (estou escrevendo voando).

Seria o IV, Clássicos da economia e precursores, onde estariam desde Adam Smith, os fisiocratas, etc.
É um trabalho gigantesco, mas Cuba o merece e acredito que poderias tentar. Não te canso mais com este blá-blá-blá. Escrevi a você porque meu conhecimento dos atuais responsáveis da orientação ideológica é pobre e, talvez, não fosse prudente fazê-lo por outras considerações (não só a do seguidismo, que também conta).

Bem, ilustre colega de lides filosóficas, te desejo sucesso.

Espero que nos vejamos no sétimo dia. Um abraço aos abraçáveis, me incluindo de passagem à tua cara e belicosa amizade.

Ernesto “Che” Guevara
04/12/1965


Fonte - A Hora do Povo

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Intelectual da Ucrânia fala sobre as "repressões de Stalin"  ¡Stalin de acero, conciencia del obrero! O nome da Rússia: Stalin, por Valentin Varennikov 

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