quinta-feira, 8 de dezembro de 2016

Como a República Democrática Alemã acabou com a obsolescência programada.

Como a República Democrática Alemã acabou com a obsolescência programada.


Todos os produtos vendidos nos países capitalistas (especialmente eletrônicos) tem um certo tempo de vida, e após esse tempo o objeto irá falhar e parar de funcionar. É por isso que ambas as lâmpadas, computadores, motores, frigoríficos, etc. duram apenas alguns anos, para que tenhamos de consumir novos produtos.

Legendas ocultas em Português




segunda-feira, 14 de novembro de 2016

O derrube do muro de Berlim (09/Nov/89)

O derrube do muro de Berlim (09/Nov/89)



por Daniel Vaz de Carvalho

 
A queda da RDA atingiu-me duramente, mas, tal como muitos outros companheiros de luta, não perdi a convicção de que o socialismo é a única alternativa para uma sociedade mais humana e mais justa. Desde a existência do capitalismo que os comunistas pertencem aos perseguidos neste mundo, mas não pertencem aos sem futuro.
Hoje é considerado moderno etiquetar comunistas íntegros de estalinistas.
Erich Honecker, Memórias da Prisão [1]

1 – Uma idiótica euforia

Em 30 de setembro de 1938, o primeiro-ministro francês Daladier regressa a Paris, vindo de Munique, após ter celebrado o acordo que entregava aos nazis uma parte da Checoslováquia. Ao sair do avião uma multidão espera-o com cartazes que festejavam o acordo: "a paz tinha sido salva". Daladier olha-os espantado, esperava ser vaiado, e murmura: "Idiotas…se eles soubessem."

Esta cena faz evocar a euforia, com raias de histerismo, que percorreu as hostes anti-marxistas desde a extrema-direita a uma dita extrema-esquerda (do anarquismo ao trotsquismo) juntando-os num triunfalismo inconsequente. Na realidade, tal como em Munique se preparou a entrega aos nazis do domínio sobre a Europa, o derrube do Muro de Berlim preparou a entrega aos EUA, como líder do grande capital transnacional, do domínio mundial.

Se a direita exultava com a derrota do seu arqui-inimigo, a social-democracia acompanhava-a fantasiando o enterro definitivo do "comunismo" propagandeando "um socialismo de rosto humano". Na sua cegueira acreditavam que afastado o "espectro do comunismo" (Marx) que os afligia: as massas populares pertenciam-lhe política e sindicalmente. Era o "fim da História" e a "paz social" através da colaboração de classes.

Sem o mínimo de contraditório as massas foram submersas pela propaganda que prometia a "economia social de mercado" ou a "economia de mercado com justiça social".

Contudo, o derrube do Muro de Berlim e o fim da URSS vieram exaustivamente confirmar as teses marxistas-leninistas: o capitalismo humanista não existe. Os avanços sociais e civilizacionais conquistados pelos povos foram somente obtidos à custa de duras lutas e sacrifícios, contra capitalismo.

O que se passou a seguir demonstra, por um lado a incapacidade de a social-democracia, presa nos seus preconceitos e calúnias, e incapaz de avaliar as consequências das suas orientações para os povos, os Estados, para a própria democracia. Por outro lado, mostra como a sua degradação ideológica levou a cedências quase inimagináveis e compromissos com a exploração mais desbragada, a corrupção, a agressão imperialista, até com ditaduras fascizantes.

Nos países ex-socialistas toda uma série de oportunistas, de especialistas neoliberais, ONGs ao serviço do imperialismo, de indivíduos educados nos EUA, alguns obtendo dupla nacionalidade, apossarem-se desses países, tal como o crime organizado. Foi então imposta a democracia oligárquica que se traduziu numa inaudita regressão civilizacional.

A devastação em termos de direitos humanos foi silenciada pela incessante propaganda de calúnias contra a realidade socialista. Milhões de desempregados foram deixados sem apoio, jovens desesperados abandonaram os seus países para irem trabalhar no estrangeiro em condições muitas vezes humilhantes e de exploração brutal, quando não à mercê das máfias. Os indicadores de saúde e esperança de vida da URSS caíram quase de imediato para valores do chamado terceiro mundo.

O neoliberalismo devastou instituições culturais e artísticas, escolas e universidades, submetidas aos critérios da mercantilização neoliberal. Vários dos países ex-socialistas, são hoje dominados por demagogos da extrema-direita e neofascistas que, com a cumplicidade e apoio da UE e dos EUA, se aproveitam da miséria criada pela instauração do capitalismo.

Por detrás do derrube do Muro de Berlim, está patente a atitude de traição de Gorbatchov, citando Lenine para melhor destruir o seu partido, assumindo-se depois como social-democrata e confessando serem aquelas citações uma estratégia. No seu discurso do 70º aniversário da Revolução de Outubro, Gorbatchov caracterizou a industrialização socialista, a colectivização da agricultura e a revolução cultural como acontecimentos de dimensão histórica para o reforço da potência soviética. Mais tarde denegriu e renegou o que dizia defender. [1]

Gorbatchov, desprezado no seu país, publicou recentemente, um livro "New Russia", fazendo coro com o "ocidente" (leia-se NATO) contra Putin. Aí cita Lenine: "não se pode ultrapassar o povo". Foi o que ele e outros como ele fizeram.

Quando a URSS foi dissolvida e o socialismo liquidado, de 70% a mais de 80% da população (conforme as Repúblicas) desejavam a manutenção da URSS; 85% o socialismo. Também o povo da RDA não foi consultado sobre a anexação da sua pátria pela RFA, que Gorbatchov acordou nas costas do povo e dos órgãos soberanos da RDA.

Quando se entra na via da traição não se para... A "perestroika" acabou rendida ao neoliberalismo e ao imperialismo. Exemplo, foi a figura patética de Chevarnadze (último ministro dos Negócios Estrangeiros da URSS) que acabou afundando-se numa guerra civil na Geórgia de que se tornara presidente, alimentada pelos seus amigos da NATO.

Vivemos hoje as consequências do que aconteceu então. A social-democracia está morta rendida ao neoliberalismo fascizante e ao imperialismo. O mundo enfrenta intermináveis guerras de agressão, crises económicas, tragédias sociais e humanitárias. O perigo de uma confrontação global é uma realidade eminente.

O imperialismo impôs um intolerável totalitarismo pretendendo aplicar a todos os povos o mesmo modelo económico, social e político ao serviço dos interesses oligárquicos, a globalização capitalista, sem qualquer consideração pela vontade e interesses dos povos. Um modelo imposto pelo poder militar (agressões, invasões), político (conspirações, ingerências) e económico (sanções).

Na fronteira de Berlim foram mortas 74 pessoas, cidadãos aliciados nas redes organizadas pelos serviços secretos ocidentais para fugirem, por razões políticas ou por delitos comuns. E. Honecker lamentou-o até ao fim. Porém quantos trabalhadores, estudantes, etc, foram mortos pelas polícias em manifestações na Europa Ocidental? Nos EUA foram mortas 500 pessoas só em 2015, alegadamente por não acatarem ordens da polícia. ( US Police Killed Over 500 People This Year ). Quantos foram e são mortos ao tentar passar a fronteira entre os EUA e o México? Isto, sem contar com os milhões de vítimas do colonialismo, das guerras de agressão, ditaduras, para impor o capitalismo.

O socialismo não é uma sociedade perfeita, nunca o marxismo o afirmou, representa a natural evolução e progresso da sociedade humana. É construído por homens imperfeitos em circunstâncias muitas vezes dramáticas. De facto, em parte alguma é possível uma democracia perfeita enquanto houver imperialismo.

2 - As "Memórias da Prisão" de Erich Honecker

Após o fim da RDA Honecker, foi preso, simbolicamente regressando à mesma prisão, Berlim-Moabit, onde em 1935 os nazis o tinham encarcerado.

A felonia do imperialismo manifestou-se desde logo na criminalização da RDA, e de militantes íntegros. Isto apesar de em 1987 Honecker, a convite do chanceler Kohl, ter visitado a RFA, tendo sido tocado o hino da RDA e rendida homenagem à sua bandeira. De seguida, Kohl fez uma vista não oficial à RDA.

Doente, com cancro, em Moscovo, o traidor Ieltsin revelou mais um traço da baixeza do seu carácter ao extradita-lo para a Alemanha. Pretendia-se apresenta-lo, debilitado e vergado ao infortúnio, perante o capitalismo triunfante.

Tal não aconteceu, Honecker em 1993 perante o tribunal que o julgava, fiel aos ideais pelos quais lutou desde a juventude, assumiu todas as responsabilidades pela defesa da RDA como Estado soberano, demonstrou a superioridade do socialismo e denunciou o julgamento como mais um episódio nos "quase 190 anos de perseguições da burguesia alemã aos comunistas, a todos os lutadores pela paz e pelo socialismo"; transformou os acusadores em réus.

Os objetivos da direita e da social-democracia falhavam, optaram por silencia-lo e o julgamento terminou com a alegação do seu estado de saúde, como se tal não estivesse evidenciado desde o início. Faleceu em 1994 no Chile (pátria do seu genro) na companhia deste, da mulher e da filha.

Face aos conspiradores e traidores, Honecker fica como um exemplo do revanchismo e da perseguição aos comunistas que se seguiu e prossegue nos países ex-socialistas. Os textos seguintes são baseados nas "Memórias da Prisão", de Erich Honecker. [1]

Acerca do socialismo

A RDA não pode ser apagada da História. As realizações da RDA ficarão na memória do povo e influenciarão no futuro. A comparação com a democracia burguesa também devia ser abertamente discutida a partir dos exemplos da RDA e da RFA. Na RDA não havia desemprego em massa, mas sim pleno emprego, não havia sopa dos pobres, mas sim comida para todos, não havia falta de vagas na formação profissional ou na educação.

Na RDA havia 9,5 milhões de postos de trabalho. A desindustrialização destruiu metade. Foram vítimas do lucro que encheu abundantemente os bolsos do grande capital. Muitas pessoas encontraram-se na pobreza e em situação de necessidade em consequência desta barbaridade. Depois da anexação pela RFA, desapareceu o que era querido aos trabalhadores da RDA: a segurança em matéria social garantida pelo socialismo.

A RDA era um país com uma indústria e uma agricultura modernas, dispondo de uma ampla rede de proteção social. A agricultura da RDA conseguia assegurar o abastecimento alimentar interno e exportar alimentos.

Não há nenhuma razão nem ninguém tem o direito de denegrir as realizações dos trabalhadores, por muitos erros e insuficiências que tenham afectado o socialismo e que foram objecto de debates. Como os desequilíbrios no desenvolvimento económico, os problemas quanto a produtos de consumo, a escassez de matérias-primas, a incapacidade da indústria ligeira dar resposta às necessidades, os problemas de abastecimento de bens de consumo, a política de preços, a qualidade dos produtos.

Foi um erro não se ter dado rápido seguimento às propostas apresentadas no Plenário realizado em 1988, no sentido de uma maior participação das pessoas na gestão direta da sociedade, das empresas, dos bairros. Contudo, pretender que não havia democracia no socialismo ou até mesmo afirmar que a democracia burguesa é superior à democracia socialista não corresponde nem à verdade nem às realidades da sociedade capitalista, que estão à vista de todos.

É necessário romper o véu da conversa sobre uma democracia acima das classes. Só pode haver uma verdadeira democratização se as pessoas que criam riqueza forem as proprietárias dos principais meios de produção e da terra. A democracia burguesa, onde funciona, reduz-se a espaços de liberdade conquistados ao capital pela luta dos trabalhadores. Quando o poder está nas mãos do capital, o povo é tutelado.

Foi subestimada a influência de inúmeras estações de televisão e rádio sobre o comportamento das pessoas, bem como os perigos resultantes da ação da RFA no seio da NATO.

A RDA sempre defendeu uma política de paz e coexistência pacífica, deu um grande contributo para afastar o perigo guerra na Europa. Com a sua liquidação, Honecker perguntava então de forma premonitória: quanto tempo durará esta paz? Será que a França se deixará esmagar pelo abraço da Alemanha?

A anexação da RDA pela RFA

Apesar dos bem pagos hinos entoados ao capitalismo, ninguém pode negar seriamente a situação extremamente difícil em que se encontram milhões de operários e empregados, cientistas e artistas, sejam eles defensores ou adversários da "economia de mercado".

A Treuhand, organismo criado "para a boa administração das empresas" estatais não foi senão uma instituição para desbaratar o património do povo, entregando as empresas do Estado a preços de saldo aos trusts capitalistas ou destrui-las para eliminar concorrentes. A liquidação das empresas públicas da RDA foi um polpudo negócio para os capitalistas

O desemprego é uma tragédia para todos. Ninguém o conhecia na RDA. Imagine-se qual teria sido o resultado se então o chanceler Kohl tivesse declarado abertamente aos eleitores que haveria quatro a cinco milhões de desempregados, as rendas de casa aumentariam de três a dez vezes e que grande parte das prestações sociais seria eliminada.

Não estava em causa derrotar um "poder pessoal", derrotar "a dominação do Politburo", mas sim expropriar as empresas pertencentes ao povo, liquidar as cooperativas agrícolas, restituir as terras aos grandes proprietários, eliminar a propriedade socialista. Tratou-se da liquidação da RDA, das suas instituições científicas, dos equipamentos de saúde, de tudo o que estava relacionado com o Estado da RDA.

O poder do capital foi pura e simplesmente restaurado. Era isso que estava em causa. Ninguém pode negar que o guião seguido em todos os países socialistas consumado na contra-revolução foi dirigido a nível internacional. O mesmo guião levou à destruição dos partidos marxistas nestes países.

As traições

Como qualificar de outro modo aqueles que trabalharam para a restauração do sistema político e económico do capitalismo sob a capa da democracia burguesa? Dê-se a volta que se der, tratou-se da reconquista do poder da burguesia perdido 40 anos antes.

Sob a bandeira da luta contra o "estalinismo" conduziu-se a luta contra o socialismo. Todos os "reformadores" renunciaram ao socialismo, dando ouvidos ao "grande reformador" que, em seis anos, conseguiu desarmar o seu partido, o PCUS, de que era secretário-geral, e conduzir a URSS à sua aniquilação.

A RDA foi sacrificada no altar da "casa comum europeia", pela qual Gorbatchov lutava com tanto afinco. Isto só foi possível porque houve elementos dirigentes da RDA que objectivamente contribuíram para a eliminação do socialismo. Entre estes havia traidores conscientes, que se vangloriaram de terem aberto o caminho à anexação da RDA, utilizando os seus contactos com a RFA em concertação com o círculo de Gorbatchov. A "renovação" da RDA traduziu-se apenas na sua anexação pela RFA capitalista.

Uma desmesurada campanha de calúnias contra as principais personalidades dirigentes, uma criminalização vinda das próprias fileiras conduziu a uma ampla dessolidarização, facilitou às forças reacionárias da RFA a condução da sua ampla campanha de vingança contra os comunistas e outros elementos de esquerda.

Porque se organizou uma caça às bruxas contra todos os colaboradores do partido e do aparelho do Estado, contra a segurança de Estado, contra os soldados e oficiais do Exército Nacional Popular, contra as tropas fronteiriças, contra professores, médicos, cientistas, jornalistas e artistas? Tudo isto agravou ainda mais a miséria na RDA. Centenas de milhares de famílias com as suas crianças foram lançadas numa situação de desespero.

Aqueles que desfiguraram a história do socialismo, acentuando erros e deficiências, reclamando-se eles próprios de comunistas sem defeitos, tendo embora virado costas ao partido, contribuíram para a desagregação, dificultaram o trabalho ideológico junto da juventude. Foi assim que muitas pessoas perderam as suas convicções nos ideais socialistas.

Porém, continua sem se saber o que seria o tão invocado "socialismo democrático". O afastamento decisivo do comunismo significa não só a negação dos ideais comunistas, mas a negação das necessárias transformações das relações de propriedade.

O futuro pertence ao socialismo

Com a destruição do socialismo na Europa, o mundo tornou-se completamente caótico e desorientado. Os EUA, autoproclamados polícias do mundo, atuam a seu bel-prazer e impõem a "nova ordem mundial" a golpes de bombas e mísseis.

A tão glorificada nova liberdade priva o indivíduo da mínima segurança. A "livre" economia de mercado penetra em todos os domínios. As conquistas sociais foram condenadas a desaparecer.

Numa nova sociedade tem de haver um lugar para cada um dos seus membros, não obstante todas as evoluções tecnológicas e outros condicionalismos. Antes de mais isso significa um posto de trabalho para cada um. O capitalismo é incapaz de o garantir, isso é hoje mais evidente do que nunca. A corrida aos lucros fixa os limites à sociedade capitalista. Quer se queira quer não, no mundo capitalista atuam as leis que Marx e Engels revelaram e provaram cientificamente em toda a sua obra.

Com a fé infantil de que "o mercado tudo soluciona" não se resolve nenhum dos problemas da Humanidade. Por isso inevitavelmente novas forças sociais, alcançarão e organizarão novas relações sociais.

"Ou a humanidade é conduzida ao abismo pelo capitalismo ou vencê-lo-á. A última hipótese é a mais plausível, porque os povos querem viver. Apesar de todas as dificuldades e perigos, apesar da situação sombria, estou e estarei confiante. O futuro pertence ao socialismo".
09/Novembro/2016
[1] Erich Honecker (1912-1993) operário e filho de operários, membro da Juventude Comunista alemã em 1926. Estudou em Moscovo no Colégio Internacional Lenine, em 1930 e 1931, regressando à Alemanha em 1931. Foi preso pelos nazis em 1935 sedo libertado no fim da guerra em 1945. Eleito secretário-geral do Partido Socialista Unificado da Alemanha (PSUA) em 1971; eleito Presidente do Conselho de Estado em 1979. Textos completos em:
Notas da prisão (I) 
Notas da prisão (II) 
Notas da prisão (III) 
Notas da prisão (IV) 
Honecker acusa 

Este artigo encontra-se em http://resistir.info/ .

quinta-feira, 27 de outubro de 2016

Nikolay Starikov derruba o mito do Holodomor


Via - Comunismo Ortodoxo
Nikolay Starikov derruba o mito do Holodomor

Extrato do programa "Poyedinok" (Duelo), do Canal 1 da Rússia, de um debate cujo tema central era Stalin. Membro equipe do político russo Vladimir Jirinovsky tentou ludibriar o escritor e historiador russo Nikolay Starikov com o mito do Holodomor, mas acabou passando vergonha e depois tendo a atenção chamada até do próprio Jirinovsky, devido a uma pergunta tola.
O mito do Holodomor já foi desmascarado por historiadores e estudiosos do Canadá, Bélgica, Itália, Brasil e por doutores em história da Rússia e da própria Ucrânia. É o uso político da história.

Turin


10 coisas que não te contaram sobre a União Soviética - Em Espanhol

10 coisas que não te contaram sobre a União Soviética - Em Espanhol


sábado, 15 de outubro de 2016

DESCONSTRUINDO O MITO DA "DITADURA STALINISTA" EM 3 PASSOS

Via - Em defesa do Marxismo-Leninismo  

DESCONSTRUINDO O MITO DA "DITADURA STALINISTA" EM 3 PASSOS:



Primeiro Passo: Lendo a Constituição de 1936 - URSS
Capitulo 3:

Artigo 34 — O Soviet da União será eleito pelos cidadãos da URSS, por distritos, na base de um deputado para cada 300.000 habitantes.
Artigo 36 — O Supremo Soviet da URSS será eleito por um período de quatro anos.
Artigo 42 — O Soviet da União deverá eleger um Presidente e dois vice-presidentes para o Soviet da União.
Capitulo 4:
Artigo 57 — O mais alto órgão do poder de Estado de uma República Soviética Socialista é o seu Supremo Soviet.
Artigo 58 — O Supremo Soviet de uma República Soviética Socialista deve ser eleito pelos cidadãos da república, pelo prazo de quatro anos. Os cálculos para a representação deverão ser fixados pela Constituição das Repúblicas Soviéticas Socialistas.
https://www.marxists.org/portugues/stalin/biografia/ludwig/constituicao.htm

Segundo Passo: Descontruindo o suposto "Culto a Personalidade" implantado por Stalin:

Palavras do próprio Stalin:
- "Sinceramente, camaradas, devo dizer que não mereço nem metade das coisas lisonjeiras que me foi dito aqui. Pelo que dão a entender, sou um herói da Revolução de Outubro, o líder do Partido Comunista Internacional, o líder do Comunismo, um guerreiro lendário, e tudo mais... Isso é um absurdo, camaradas, um exagero completamente desnecessário. Este é o tipo de coisa costumam dizer no funeral de um revolucionário morto, mas eu não tenho nenhuma intenção de morrer ainda. Na verdade eu era e continuo a ser um dos aprendizes de trabalhadores qualificados nas oficinas ferroviárias em Tbilisi"
- "Me falais de vossa 'devoção' a mim (...), mas eu vos aconselho descartar o "princípio" da devoção as pessoas. Esse não é o caminho bolchevique.Sede unicamente devoto da classe obreira, de seu Partido e seu Estado. Isso é uma coisa boa e útil. Mas não confundais com a devoção das pessoas, esta ninharia vã e inútil, é própria de intelectuais de pouca vontade"
- "Eu sou absolutamente contra a publicação de ‘As
Histórias de Infância de Stalin’. Este livro abunda em inexatidões de fatos, alterações, exageros e louvores desmerecidos. Mas o importante reside no fato de que o livro mostra uma tendência para gravar nas mentes das crianças soviéticas (e das pessoas em geral) o culto da personalidade de líderes, de heróis infalíveis. Isso é perigoso e prejudicial. A teoria dos ‘heróis’ e da ‘multidão’ não é bolchevique, senão uma teoria social-revolucionária. Sugiro queimar esse livro.

Terceiro Passo: Vezes em que Stalin tentou renunciar ao cargo:

- Em 1924, no 13º Congresso do Partido Comunista, Stálin renunciou ao seu cargo, mas o partido negou seu pedido (incluindo Trotsky).

- Em 1934 Stálin novamente solicitou ser removido do cargo, mas o partido rejeitou novamente.

- Em 1946 Stálin e seu governo deixaram o governo, como definido pela constituição de 1936. Mas o partido lhe pediu, no mesmo dia, que ele formasse um novo governo.

- Em 1952, no 19º Congresso do Partido Comunista, Stálin mais uma vez entregou o cargo, o que o partido novamente rejeitou.

Bem ditadorial este Stálin, não?

****

As informações sobre os vários pedidos de renúncia de Stálin são facilmente encontradas na internet. Aqui estão apenas algumas fontes:

Stalin - Short biography (ver notas [3] e [6])
http://www.archontology.org/nat.../ussr/ussr_govt/stalin.php

Stalin and the Struggle for Democratic Reform
http://clogic.eserver.org/2005/furr2.html

Speech at the Plenum of the Central Committee of the Communist Party of the Soviet Union - October 16, 1952 (ver a última fala de Stálin)
http://www.revolutionarydemocracy.org/rdv8n1/stalin.htm

Der Spiegel (em alemão)
http://www.spiegel.de/spiegel/print/d-44437536.html

Secretario General del Partido Comunista de la Unión Soviética
http://es.wikipedia.org/.../Secretario_General_del...

Créditos à Página O Marxista-Leninista pelo terceiro passo.

E ai achou a "Ditadura Stalinista" no meio de isso tudo?

terça-feira, 11 de outubro de 2016

A Economia de Stálin

A Economia de Stálin
Produtividade em comparação com as países capitalistas.

URSS - Vermelho;
EEUU - Preto;
Reino Unido - Azul;
Franca - Verde.






segunda-feira, 10 de outubro de 2016

Frases - Kim Il-sung



"O verdadeiro valor de um partido político e de sua política devem ser medidos não por suas palavras ou declaração, mas sim por suas atividades práticas e por seus feitos concretos que demonstram de quem são os interesses representados e quem defende de fato esta política".

 Kim Il Sung


quinta-feira, 29 de setembro de 2016

Camarada Canción - "Товарищ песня"

Camarada Canción - "Товарищ песня"

 Música: I.Shamó. Letra: R.Rozhdéstvenski
Traducción Marina Svetlova




Camarada Canción

 Música: I.Shamó. Letra: R.Rozhdéstvenski
Traducción Marina Svetlova

 Se quedó el hogar tras la bruma esteparia,
 No pronto regresaré ahí.
 Pero tú quédate conmigo, por favor,
 Camarada Verdad.

 Yo podré con todo, no faltaré a mi juramento,
 Calentaré con mi aliento la tierra.
 Ordéname, y no me acobardaré
 Camarada Tiempo.

 Otra vez me levanto al zafarrancho de combate,
 Y otra vez la batalla es tal que las balas chocan en el aire.
 Sólo te pido, por favor, que no te explotes por el camino
 Camarada Corazón.

 Están envueltos en humo tanto las medianoches, como los mediodías,
 Y quiero liberarlos de este humo.
 Te pido que lo guardes todo
 Camarada Memoria.

Via - Amistad Hispano-Soviética

Stalin el hombre de acero (Sub.Castellano)

Stalin el hombre de acero (Sub.Castellano)

quarta-feira, 28 de setembro de 2016

REVISTA MUNDO SOCIALISTA - COREIA POPULAR

Via - NOVACULTURA.info

 REVISTA MUNDO SOCIALISTA - COREIA POPULAR

Primeiro número da revista Mundo Socialista, criada pelo selo Edições Nova Cultura, para divulgar as experiências concretas da construção do socialismo. Para esta edição dedicada à República Popular Democrática da Coreia, contamos com a contribuição do Centro de Estudos da Ideia Juche - Brasil, que edita a página Solidariedade à Coreia Popular.

Veja mais sobre este volume sobre a RPDC: goo.gl/8yZdqS




sexta-feira, 23 de setembro de 2016

El mundo desde el paralelo 38.

El mundo desde el paralelo 38.

El paralelo de los 38º o simplemente paralelo 38 es una línea paralela ubicada en los 38º norte del plano ecuatorial de la Tierra. Dicho paralelo ha tenido una especial importancia en la historia moderna de Corea.


quinta-feira, 22 de setembro de 2016

domingo, 18 de setembro de 2016

Conferencia de Alejandro Cao de Benós



Conferencia de Alejandro Cao de Benós, delegado especial del Comité de Relaciones Culturales con Países Extranjeros de Corea del Norte (República Popular Democrática de Corea)

segunda-feira, 12 de setembro de 2016

Vídeo - 15 Mentiras sobre Corea del Norte.


Derechos del vídeo al canal VolkeninstalTv publicado el 6 de junio de 2015

Muchos son los rumores que surgen de La República Popular Democrática de Corea todo por tener un sistema de gobierno diferente al resto del mundo donde solo buscan la igualdad y que su pueblo sea más soberano,Conocido como el Reino Ermitaño Corea es un país muy sellado pocas noticias salen de ella,simples rumores que surgen de fuentes no confiables y sin pruebas son tomadas por los periodistas y afirmadas como verdades.En este vídeo se desmiente 15 Mentiras sobre Corea del Norte.

segunda-feira, 29 de agosto de 2016

Che Guevara: "Cheguei ao comunismo por causa de Stalin"


Che Guevara: "Cheguei ao comunismo por causa de Stalin"
07.07.2016

Ernesto Che Guevara é, sem dúvida, uma figura histórica do movimento comunista do século XX que atrai o interesse de pessoas de uma vasta gama de ideologias políticas. Os anos que seguiram seu assassinato covarde na Bolívia, Che tornou-se um símbolo revolucionário para uma variedade de partidos de orientação marxista, de esquerda e progressistas e de organizações que variam de trotskistas para leninistas militantes e de social-democratas para anarco-libertários. Um número significativo de pessoas que admiram o revolucionário argentino identifica-se como “antistalinistas”, odeiam e amaldiçoam Stalin ao mesmo tempo em que eles muitas vezes se referem aos tais “crimes” cometidos por este. O que é uma contradição e uma ironia da história é o seguinte: o próprio Che Guevara era um admirador de Josef Stalin.

Na ocasião dos 63 anos da morte do grande líder soviético, deixem-nos lembrar o que Che pensava sobre Josef Stalin, com base nos próprios escritos e cartas do revolucionário argentino.

Em 1953, encontrando-se na Guatemala, o Che de 25 anos de idade escreveu numa carta para sua tia Beatriz: “Ao longo do caminho, eu tive a oportunidade de atravessar os domínios da United Fruit, convencendo-me mais uma vez do quão terrível são os tentáculos capitalistas. Jurei diante de um quadro do velho e pranteado camarada Stalin que não descansarei até que eu veja esses polvos capitalistas aniquilados (Jon Lee Anderson, Che Guevara: A Revolutionary Life, de 1997).

Há muitos anos depois de ter escrito sua carta de Guatemala, no meio do processo revolucionário em Cuba, o Comandante Che Guevara iria reafirmar sua posição a respeito de Stalin:

“Nos chamados erros de Stalin reside a diferença entre uma atitude revolucionária e uma atitude revisionista. Você tem que olhar para Stalin no contexto histórico em este se move, você não tem que olhar para ele como uma espécie de sujeito violento, mas sim naquele contexto histórico particular. Eu vim para o comunismo por causa do pai Stalin e ninguém deve vir e me dizer que não devo lê-lo. Eu o li quando era muito ruim para lê-lo. Isso foi em uma outra época. E porque não sou muito brilhante, e nem uma pessoa cabeça-dura, eu continuo fazendo a leitura dele. Especialmente neste novo período, que é pior para lê-lo. Antes, assim como agora, eu ainda continuo encontrando uma série de coisas que são muito boas.”

Enquanto elogiava a liderança de Stalin, Che estava sempre apontando o papel contrarrevolucionário de Trotsky, culpando-o por “motivos secretos” e “erros fundamentais”.

Em um de seus escritos, ele destacou: "Eu penso que a coisa fundamental em que Trotsky se baseava era errônea e que seu comportamento ulterior estava também errado, e piorou ainda mais nos seus últimos anos de vida. Os trotskistas não contribuíram coisa alguma para o movimento revolucionário; onde eles fizeram mais foi no Peru, mas finalmente falharam, devido aos seus métodos inoportunos” (Comentários em “Notas Críticas sobre Economia Política”, por Che Guevara, no jornal Revolutionary Democracy, 2007).

Ernesto Guevara, um leitor prolífico dotado de um conhecimento desenvolvido da filosofia marxista, incluiu os escritos de Stalin nas leituras marxista-leninistas clássicas. Isso é o que ele escreveu em uma carta a Armando Hart Dávalos, um trotskista e membro proeminente da Revolução Cubana:

"Em Cuba não há nada publicado, se excluirmos os materiais soviéticos, que trazem o inconveniente de que eles não permitam que você pense; o partido fez isso por você e portanto, deve digeri-lo. Seria necessário publicar as obras completas de Marx, Engels, Lenin, Stalin [sublinhado por Che no original] e outros grandes marxistas. Aqui poderiam vir também os grandes revisionistas (se você quiser, poderá adicionar aqui N. Khruschev), devidamente analisados, mais profundamente do que os outros, e também seu amigo Trotsky, do qual existia e aparentemente escreveu alguma coisa” (Contracorriente, Nº 9, setembro de 1997).
A via revisionista que a liderança soviética seguiu após o 20º Congresso do Partido Comunista da União Soviética tornou-se uma fonte de intensa preocupação para Che. A tão falada política de “desestalinização” e as errôneas e oportunistas percepções a respeito do processo de construção do socialismo que a direção de Khruschev introduziu após 1956 teve seu próprio impacto crítico sobre a visão de Guevara sobre a revolução e o socialismo.

Um dos biógrafos de Che Guevara, o político mexicano Jorge Castañeda, escreveu (adicionando um sabor anticomunista): “Guevara tornara-se um stalinista numa época em que milhares estavam se desiludindo com o “comunismo” oficial. Ele rechaçou o discurso de Khruschev em 1956 que denunciou os crimes de Stalin, alegando tais questões eram “propaganda imperialista” e defendeu a invasão russa na Hungria que esmagou o levante dos trabalhadores naquele mesmo ano” (Jorge Castañeda, Compañero: The Life and Death of Che Guevara, 1997).

Quatro anos após o início da “desestalinização” de Khruschev, a novembro de 1960, Ernesto Che Guevara estava visitando Moscou como um representante oficial do governo cubano. Contra o conselho do então embaixador cubano para evitar tal ação, Che insistiu em visitar e depositar uma coroa de flores no túmulo de Stalin na necrópole do Kremlin.

Che tinha uma profunda admiração pelo líder Josef Stalin e sua contribuição na construção socialista. E por esta razão, como o próprio Che dizia, “Você tem que olhar para Stalin no contexto histórico em este se move [...] naquele contexto histórico particular”. Tal contexto histórico e o extremamente desfavorável e complexo ambiente social, econômico e político do qual Stalin liderou a União Soviética são omitidos pelas fantasias do antistalinismo. Eles abafam e ignoram deliberadamente o fato de que o processo de construção do socialismo na União Soviética estava ocorrendo dentro de um quadro duma feroz luta de classes, com numerosas – tanto internas como externas (cerco imperialista) – ameaças, ao mesmo tempo em que o enorme esforço de industrialização enfrentou reações e sabotagens tremendas (o processo de coletivização, por exemplo, encarou a postura negativa dos kulaks).

Josef Stalin, como personalidade e líder, foi um produto da ação das massas num específico contexto histórico. E foi Stalin quem guiou o Partido Bolchevique e o povo soviético durante 30 anos, baseado na sólida herança ideológica de Vladimir Lenin. Como um autêntico comunista, um genuíno revolucionário – tanto na teoria como na prática – Ernesto Che Guevara inevitavelmente reconheceria e apreciaria aquela realidade histórica.

Por Nikos Mottas, publicado no blog Communismgr

Traduzido por Igor Dias
TEMAS:
Ernesto Guevara

quarta-feira, 17 de agosto de 2016

Estadio Primero de Mayo en Pyongyang


El estadio Primero de Mayo se encuentra en Pyongyang, capital de la República Popular Democrática de Corea. Fue inaugurado en 1989 y remodelado en el año 2014. Cuenta con capacidad para 150.000 espectadores, lo que lo convierte en el mayor estadio del planeta.


http://www.kfa-eh.org/

segunda-feira, 15 de agosto de 2016

Ho Chi Minh e os trotskistas






Queridos camaradas: No passado, segundo minha opinião e de um bom número de camaradas, o trotskismo aparece para nós como uma questão de luta entre as tendências no seio do Partido Comunista da China. Por isso quase não lhe prestamos atenção. Mas, pouco antes do estalar da guerra, mais exatamente desde o fim do ano de 1936, e sobre tudo durante a guerra, a propaganda criminosa dos trotskistas fez com que nós abríssemos os olhos. Depois, nos pusemos a estudar o problema. E nosso estudo nos levou às seguintes conclusões:

1. O problema do trotskismo não é uma luta entre as tendências no seio do Partido Comunista da China. Porque entre comunistas e trotskistas não existe qualquer laço, absolutamente nenhum. Se trate de um tema que concerne ao povo inteiro: a luta contra a pátria.

2. Os fascistas japoneses e estrangeiros o conhecem. Por isso buscam criar falácias para enganar a opinião pública e prejudicar o nome dos comunistas, fazendo com que as pessoas pensem que comunistas e trotskistas pertencem ao mesmo campo.

3. Os trotskistas chineses (assim como os trotskistas de outros países) não representam um grupo, muito menos um partido político. Não são mais do que uma corja de criminosos, de cães de caça do fascismo japonês (e do fascismo internacional).

4. Em todos os países, os trotskistas se deram belos apelidos para mascarar sua tarefa suja de bandidos. Por exemplo, na Espanha, se chamam Partido Operário de Unificação Marxista (POUM). Vocês sabiam que são eles que constituem ninhos de espiões em Madrid, em Barcelona e em outros lugares, a serviço de Franco? São eles que organizam a célebre ‘’quinta coluna’’, um organismo de espionagem do exército dos fascistas italianos e alemães. No Japão, se chamam Liga Marx-Engels-Lenin (MEL). Os trotskistas japoneses atraem os jovens para sua organização e logo os denunciam para a polícia. Buscam penetrar no Partido Comunista Japonês com o objetivo de destruí-lo por dentro. Segundo minha opinião, os trotskistas franceses, atualmente organizados em torno do grupo Revolução Proletária(1) estabeleceram como meta sabotar a Frente Popular. Sobre este assunto, penso que vocês estarão mais informados que eu. Em nosso país, os trotskistas se agrupam em organizações tais como La Lutte, Guerra contra os Japoneses, Cultura e Bandeira Vermelha.

5. Os trotskistas não são apenas inimigos do comunismo, mas também inimigos da democracia e do progresso. São os traidores e os espiões mais infames. Talvez tenham lido as atas de acusação dos processos na União Soviética contra os trotskistas. Se vocês ainda não leram, aconselho vocês a ler junto com seus amigos. É uma leitura muito útil. Ajudará vocês a ver a verdadeira face repugnante do trotskismo e dos trotskistas. Aqui, deixem-me extrair algumas passagens relacionadas diretamente a China. O verdadeiro rosto repugnante do trotskismo.

Frente ao tribunal, o trotskista Rakovsky(2) confessou que em 1934, quando estava em Tóquio (como representante da Cruz Vermelha soviética) um alto personagem do governo japonês lhe havia dito: ‘’Temos o direito de esperar dos trotskistas uma mudança de estratégia. Não quero entrar em detalhes. Só que eu queria dizer que esperamos da parte dos trotskistas, ações que favoreçam nossa intervenção nos assuntos da China’’. Respondendo a este japonês, Rakovsky dizia: ‘’Vou escrever a Trotsky a respeito disso’’. Em dezembro de 1935, Trotsky enviou aos seus partidários na China, instruções em que enfatizava várias vezes esta frase: ‘’Não criar obstáculos à invasão japonesa na China’’. E como vem atuando os trotskistas da China? Estão com pressa de saber, não é? Mas, amados camaradas, não poderei responder vocês mais que em minha próxima carta. Vocês não me recomendaram escrever cartas curtas? Espero vê-los em breve.


Notas
(1) Revolução Proletária: jornal que publicava um grupo de sindicalistas franceses.
(2) Líder revolucionário nos Balcãs antes da Primeira Guerra Mundial, primeiro ministro ucraniano desde 1919 até 1923, foi então embaixador soviético em París e um dos fundadores da ‘’Oposição de Esquerda’’. Expulso do PCUS em 1927, continuou com sua tarefa até capitular em 1934.


Carta de Ho Chi Minh ao Partido Comunista da Indochina
Kwelin, 10 de maio de 1939

Fonte - http://www.novacultura.info/#!Ho-Chi-Minh-e-os-trotskistas/c216e/55c0180c0cf267673a81fdfc

segunda-feira, 18 de abril de 2016

URSS Uma nova civilização - Sidney e Beatrice Webb Vol - 02


A comunidade Stalin disponibiliza para baixar o Livro: A URSS uma nova Civilização, Volume 02, de Sidney e Beatrice Webb.

Todos os cinco volumes serão disponibilizados.

Clique aqui para baixar


Por favor nos informe caso houver algum erro na digitalização.

quarta-feira, 30 de março de 2016

URSS Uma nova civilização - Sidney e Beatrice Webb Vol - 01


A comunidade Stalin disponibiliza para baixar o Livro: A URSS uma nova Civilização, Volume 01, de Sidney e Beatrice W ebb.

Todos os cinco volumes serão disponibilizados.

Clique aqui para baixar


Por favor nos informe caso houver algum erro na digitalização.

quarta-feira, 23 de março de 2016

URSS Uma nova civilização - Sidney e Beatrice Webb Vol - 05


A comunidade Stalin disponibiliza para baixar o Livro: A URSS uma nova Civilização, Volume 05, de Sidney e Beatrice W ebb.

Todos os cinco volumes serão disponibilizados.





quinta-feira, 17 de março de 2016

URSS Uma nova civilização - Sidney e Beatrice Webb Vol - 04


A comunidade Stalin disponibiliza para baixar o Livro: A URSS uma nova Civilização, Volume 04, de Sidney e Beatrice W ebb.

Todos os cinco volumes serão disponibilizados.





sábado, 12 de março de 2016

URSS Uma nova civilização - Sidney e Beatrice Webb Vol - 03


A comunidade Stalin disponibiliza para baixar o Livro: A URSS uma nova Civilização, Volume 03, de Sidney e Beatrice W ebb.

Todos os cinco volumes serão disponibilizados.




sexta-feira, 4 de março de 2016

Tradução e Legendas do documentário - Stalin: A derrota da quinta coluna (Сталин: Разгром пятой колонны)


Tradução e Legendas do documentário - Stalin: A derrota da quinta coluna (Сталин: Разгром пятой колонны)



Caros amigos.

Nós da Comunidade Josef Stálin estamos em busca de financiamento para tradução e criação de legenda em português de palestras e documentários históricos de matriz russa, sobre a história da União Soviética, onde serão disponibilizados gratuitamente em nossa página Comunidade Josef Stálin (http://comunidadestalin.blogspot.com.br/).

Compreendemos que se faz necessário para o melhor entendimento de certos pontos da história soviética, tais como o Chamado Grande Expurgo; A grande Guerra Patriótica – Segunda Guerra Mundial –; a Coletivização e Industrialização; o XX Congresso do PCUS em 1956 e seus desdobramentos, entre outros pontos não citados aqui, para que se possam verificar outros olhares e pontos de vistas, que são negligenciados pela historiografia ocidental de forma muitas vezes proposital.

Sabemos que no ocidente os materiais desse tipo, como esse que propomos viabilizar é de pouca monta, principalmente em língua portuguesa, e os poucos que encontramos são recheados de mitos construídos ainda sob o manto da guerra fria, sendo ainda repetidos de forma descabida sem nenhum fundamento historiográfico ou balanço critico.

Portanto pelos argumentos apresentados, nesse primeiro momento precisamos arrecadar o valor de quinhentos reais (500, 00 Reais) para tradução do Documentário,  Stalin: A derrota da quinta coluna, que tratam de acontecimentos ocorridos na URSS na década de 1930, mais precisamente sobre as repressões de 1937,  conhecidos como O Grande Expurgo, ou Grande “terror” .  Apelamos a todos os amantes da História e daqueles que acreditam que o outro lado deva ser ouvido e suas fontes mostradas, que colaborem com o que puderem, pois o projeto já está em andamento.

Desde já agrademos a colaboração e participação deste projeto coletivo. Para as doações, elas podem ser feitas pelo PayPal, ao lado, ou por depósito bancário. 
Contatos pelo Email - comunidadejstalin@hotmail.com 



Charles Engels Chaves Moraes
Administrador Comunidade Stálin


      

sexta-feira, 8 de janeiro de 2016

Martens: "Mao Tse-tung e Enver Hoxha e a luta sobre duas frentes"



Quando elaboramos nossas posições políticas é essencial combater não somente os desvios oportunistas de direita, senão também as tendências esquerdistas. Também há que esforçar-se em localizar os aspectos contraditórios das questões que se debatem.

Desde 1978, quando o Partido do Trabalho da Albânia formulou críticas exageradas e acusações gratuitas contra o Partido Comunista chinês, deixamos de estudar suas análises. Ainda que muitos dos nossos desacordos com o PTA tivessem fundamento, esta atitude não podia justificar-se. Inclusive se alguns partidos marxista-leninistas cometem graves erros, se desviam pela via do revisionismo ou do esquerdismo, devemos estudar sua evolução, tirar lições de seus erros enquanto seguimos tirando lições de suas experiências válidas. Nas críticas ao oportunismo e do revisionismo que formulou o camarada Enver Hoxha, podemos encontrar muitos elementos válidos. Poderíamos aproveita-las sem por isso estar de acordo com a orientação global de sua linha. Ao mesmo tempo, a observação crítica dos erros de Enver Hoxha poderia haver-nos posto em guarda contra os erros similares em nosso próprio partido.

A seguir analisamos alguns aspectos dos dois tomos que Enver Hoxha publicou sob o título deReflexões sobre a China, publicados em Tirana em 1979.

Firmeza nos princípios, flexibilidade na tática
Enver Hoxha deu mostras de uma grande vigilância frente ao oportunismo. Sempre teve em conta as possíveis consequências de certos giros direitistas.

Ao começo dos anos 60, quando os revisionistas Khrushchevistas deram alguns passos “a esquerda”, Enver Hoxha desmonta rapidamente seu duplo jogo e revela suas intenções reais.

Em 1962, quando Khrushchev pede o fim da luta ideológica, Enver Hoxha sublinha que ele busca a tranquilidade para poder avançar mais longe pelo caminho da traição.

Em 1965, após a queda de Khrushchev, Brejnev propõe a todos os revolucionários a formação de uma “frente comum anti-imperialista”. Enver Hoxha vê imediatamente quais são os objetivos desta nova tática. Primeiro, atacar verbalmente e demagogicamente os imperialistas para persuadir os revolucionários. Depois, controlar aos comunistas chineses e apelidando-os de “sectários” e “antiunitários” em caso de que ousassem seguir lutando contra o revisionismo soviético. Finalmente, prosseguir com a colaboração com o imperialismo americano, porém com uma maior discrição do que teve Khrushchev, enquanto faz algumas pequenas chantagens aos Estados Unidos. E Enver Hoxha conclui que uma unidade revolucionária, combativa, contra o imperialismo não é possível enquanto os soviéticos não renunciem a suas concepções oportunistas fundamentais.

Porém também podemos notar, desde o princípio, alguns aspectos esquerdistas nas análises do PTA.

Em 1962, o Partido Comunista chinês propõe aceitar uma reunião com o PCUS para eliminar as divergências e reforçar a unidade do campo socialista. O PCCh diz que faz falta manter uma certa aparência de unidade e levantar a bandeira do marxismo-leninismo, a luta anti-imperialista e a unidade; isto proporcionaria melhores condições para que se desenvolvam núcleos revolucionários em diferentes partidos comunistas dirigidos por revisionistas.

Enver Hoxha conclui em seguida: “Este é um caminho vacilante, oportunista e com consequências”. Entretanto, esta flexibilidade do PCCh estava justificada e havia de ter em conta a possibilidade de viragens políticas no seio do PCUS. Havia que manter contatos tão amplos quanto fosse possível com o PCUS para influenciar aos membros e aos quadros em um sentido marxista-leninista. Enver Hoxha vê aí “uma acentuada tendência face a moderação e a passividade”. Lênin sempre defendeu a firmeza nos princípios e a flexibilidade na tática. Hoxha defende a firmeza nos princípios rechaçando a flexibilidade, que segundo ele sempre suporá vacilação e concessões.

Hoxha defende sua tática esquerdista a partir de uma análise otimista e subjetivista da situação no movimento comunista: “Os camaradas chineses parecem ter a moral afundada, suspeitam da luta contra os revisionistas, superestimam as forças do inimigo e subestimam as nossas”.

Clarividência política e combate vantajoso

Em 1964, Enver Hoxha desvelou com grande perspicácia a tendência à aproximação entre os revisionistas iugoslavos, romenos e italianos, tendência que vem a luz no seio do Partido Comunista chinês. Sublinha com muita pertinência: “Os grupos revisionistas, titistas e Khrushchevistas estão a cabeça do revisionismo moderno e se observa claramente neles a tendência ao reagrupamento de dois polos em seu seio: o polo soviético e o polo iugoslavo-policentrista italiano. Os titistas trabalham para consolidar os agrupamentos que dirigem e o fazem como sempre, para fazer degenerar o marxismo-leninismo”.

Em 1968, Enver Hoxha destaca quatro debilidades e erros na luta levada pelo Partido Comunista chinês contra o revisionismo.

“Os camaradas chineses não têm uma clara visão ideológica das coisas. Não concebem claramente o que é o revisionismo moderno, o revisionismo titista e khrushchevista, nem em que consiste sua grande novidade. (…)

Em segundo lugar, acerca de Tito e do titismo, seguem pensando que 'não é Tito quem se equivocou, senão que foi Stalin quem se equivocou ao respeito dele'. E quando a conjuntura leva a Tito a ter divergências com os soviéticos, os camaradas chineses o veem com melhores olhos. (…)

Em terceiro lugar, os camaradas chineses manifestam em sua luta algumas tendências ao chauvinismo contra a União Soviética, emitem algumas pretensões territoriais e juízos pouco fundados sobre os supostos erros de Stalin no movimento comunista internacional.

Em quarto lugar, para os camaradas chineses, qualquer um que se apresente como adversário dos soviéticos é um possível aliado, sem considerar a identidade deste pseudo-aliado”.

Porém o mesmo Enver Hoxha também declara:

“O revisionismo moderno deve ser combatido pelos marxista-leninistas com perseverança, sem vacilar, até o final, sob a forma que seja, em qualquer tempo e circunstância”. “Não faremos nenhuma concessão a Khrushchev, não chegaríamos a nenhum compromisso com ele, porque é um traidor”. É necessária “a ruptura definitiva com os revisionistas”. “Educar as massas para a revolução nos países revisionistas da Europa é uma tarefa indispensável. (…) (Os marxista-leninistas devem) aceitar a luta ferrenha contra as camarilhas revisionistas-fascistas e consentir grandes sacrificios”.

Se podemos estar de acordo com Enver Hoxha na necessidade de mostramo-nos firmes na luta de princípios contra o revisionismo, a flexibilidade na tática durante esta luta também tem uma grande importância. Faz falta uma análise concreta das diversas correntes políticas nos países socialistas, há que saber onde podem produzir-se agrupamentos de forças marxista-leninistas, há que manter contato com as forças comunistas sãs, chegar a compromissos com traidores para estar em condições de manter relações com os autênticos comunistas. Enver Hoxha nega todos estes princípios. Entretanto, sem flexibilidade na tática, não se pode fazer triunfar os princípios justos. Conformar-se com proclamar alto e claro os princípios justos sem buscar a tática que permita fazê-los triunfar demonstra esquerdismo e leva a derrota. O radicalismo esquerdista se baseia numa falsa apreciação da realidade política nos países dominados pelos revisionistas. Como pretende Enver Hoxha “educar as massas para a revolução contra os revisionista-fascistas”? Por acaso será uma revolução sem partido comunista para dirigi-la? Por acaso crê que os verdadeiros comunistas já se organizam fora do partido para uma nova revolução proletária? Não havia nem o menor indício do surgimento de um movimento comunista forte do partido, nem de um movimento de massas de carácter revolucionário e proletário. Partindo destes dogmas ideológicos, Hoxha se aferrenha em não ver que os autênticos comunistas ainda permanecem dentro do partido, apesar da traição dos dirigentes revisionistas.

Flexibilidade e radicalismo

Aferrando-se a sua posição esquerdista, Enver Hoxha sempre está a dois passos de açoitar o Partido Comunista chinês, que apelida de “vacilante”.

Em novembro de 1964, depois da queda de Khrushchev, Chou En-Lai viajou a Moscou para ter discussões com os dirigentes soviéticos a fim de ajudá-los a deixar a via revisionista. Chen Yi expôs aos camaradas albaneses a tática do PCCh a respeito da direção do PCUS. Se os líderes soviéticos têm a intenção de deixar o caminho de Khrushchev, devem fazê-lo com cautela e prudência, ou então os krushchevistas, que continuam fortes, contra-atacarão. "Convêm retificar os erros gradualmente, tratando-o com um espírito amistoso; não se deve evocar estes erros além do que no interior dos partidos irmãos e não os fazer públicos”.

Esta tática é correta, sempre que parta de uma firmeza nos princípios. Inclusive se pode dar outro argumento: ainda se se rechaça entrar em uma polêmica com um partido irmão, tem-se o dever de expor publicamente seus próprios pontos de vista e rechaçar as posições que considera burguesas e pequeno-burguesas.

Porém Enver Hoxha denuncia imediatamente a “linha oportunista e conciliadora” e inclusive levanta a hipótese de que “a delegação chinesa trairá”.

Em setembro de 1969, depois do falecimento de Ho Chi Ming, Kosyguin se encontrou com Chou En-Lai no aeroporto de Pequim. Abordaram o problema das fronteiras e Chou En-Lai propôs o fim dos enfrentamentos militares, a manutenção do status quo e a retirada das tropas dos dois partidos das zonas disputadas. Trataram sobre problemas comerciais. As condições preliminares dos chineses eram que não se detivesse a polêmica ideológica e que as bases nucleares chinesas não sejam atacadas. Chou En-Lai disse aos responsáveis albaneses que a URSS se dispõe a atacar a China, porém também que a direção do PCUS estava vivendo uma crise. A China queria dividir a pombos e falcões e trabalhar para iniciar uma distensão com a URSS.

Rita Marko, membro do Birô Político do Partido albanês, disse a Chou En-Lai que este encontro era um erro e que daria vantagem aos revisionistas. Chou En-Lai o contestou: “Está sendo extremista”. Segundo Enver Hoxha, este último comentário dá mostras de uma “arrogância inaudita”. “Agora Chou En-Lai montou o cavalo revisionista-oportunista”.

As declarações de Enver Hoxha são efetivamente esquerdistas e extremistas.

Evidentemente, os marxista-leninistas devem ser vigilantes. E um acercamento a uma direção revisionista pode ser o começo de uma viragem ao revisionismo se sabe que o espírito de conciliação frente ao oportunismo pode, pouco a pouco, arrastar a um partido em direção ao pântano do oportunismo. Um erro, por menor que seja ano começo, pode alcançar grandes proporções caso se aprofunde nele. Quando se inicia um processo, é preciso refletir sobre suas possíveis evoluções.

Porém dos passos táticos empreendidos pelo Partido Comunista chinês – e que de fato estão completamente justificados – Enver Hoxha faz as extrapolações mais extremas e negativas. Somente tem em conta as evoluções mais nefastas e se comporta como se essas evoluções já se houvessem dado. Isto já não é vigilância, senão esquerdismo e sectarismo.

Ademais, se tratava essencialmente de relações entre Estados e é difícil de compreender como um contato com o representante do Estado soviético, destinado a atenuar a tensão nas fronteiras, pode ser intitulado de antemão de erro político.

Nixon e o lacaio do imperialismo americano
Em julho de 1971, Enver Hoxha exclama: “Receber o presidente Nixon e ter uma entrevista com ele, não é justo e não será aceito pelos povos, nem pelos revolucionários, nem pelos autênticos comunistas”. “Com este ato político, os chineses desorientam o movimento revolucionário mundial e apagam o ardor revolucionário”.

Com estas posições, Enver Hoxha roça o trotskismo.

Os comunistas se pronunciaram sempre pela coexistência pacífica com os Estados capitalistas. E desde o primeiro ano de existência da União Soviética, Lenin manteve negociações com os Nixon da sua época. Depois da Revolução de Outubro, Lenin aceitou negociar a paz com a Alemanha do imperador Guilherme, em Brest-Litovsk. Se sabe que Trotsky se opôs a essas negociações. A começos de 1922, Lloyd George, o primeiro-ministro da Grã-Bretanha, a maior potência imperialista da época, convocou uma conferência internacional para o endireitamento da Europa, a qual foi convidada a URSS. Lenin pediu imediatamente que a União Soviética enviasse ali a seus representantes para defender o sistema socialista e dividir a seus inimigos. Depois da conferência de Genova, em abril de 1922, a URSS firmou o tratado de Rapallo com a Alemanha arruinada, assegurando assim ao Estado soviético melhores condições políticas e econômicas para a construção socialista.

Em 1935, Stalin firmou um acordo com Laval, o reacionário francês, contra o expansionismo do fascismo alemão. Também naquela ocasião, os trotskistas gritaram acusando-lhe de traição. Em 1939, Stalin recebeu a Von Ribbentrop para firmar o Pacto germano-soviético que deu ao Estado soviético um ano e meio de pausa antes da guerra. A reação mundial e o trotskismo agitaram-se contra esse acordo.

Foi o imperialismo americano quem havia rechaçado reconhecer a China socialista, de 1949 até 1971. Em consequência da luta dos povos do mundo inteiro, Nixon se viu obrigado a reconhecer o regime de Mao e aceitou viajar a Pequim. Era o primeiro passo perante o restabelecimento dos direitos da China na ONU e nas organizações internacionais. Que o imperialismo americano se veja obrigado, depois de 22 anos de boicote, a tratar a China de igual para igual, era uma grande vitória para o socialismo na China.

Então, é difícil compreender como Enver Hoxha poderia chegar a certas extravagâncias pueris. Se enfurece porque Chou En-Lai dissera: “O povo chinês e o povo americano são amigos”: E se indigna dizendo: “Para Chou, Nixon deixou de ser um imperialista, um fascista, um verdugo do povo. Isto se chama passar-se ao bando dos lacaios do imperialismo”. Parecia ouvir-se a um trotskista falando sobre o pacto germano-soviético.

China: Desvio Oportunista ou social-imperialismo?
A partir de 1973, quando a política externa da China começou a dar um giro direitista, Enver Hoxha fez algumas observações pertinentes acerca da luta de classes a âmbito internacional. É indiscutível que o Partido Comunista Chinês, assim como nosso próprio partido de certa forma, poderia ter usufruído algum proveito destas críticas e evitado adotar posições demasiado unilaterais.

Quando a China começou a apoiar a Europa unida frente às duas superpotências, tanto no campo político como no econômico e militar, Enver Hoxha fez as seguintes observações: “Lutamos por acentuar as contradições, disse Chou En-lai. Até aqui podemos concordar. Mas a favor de quem deveríamos acentuá-las? Existem apenas estas contradições? (...) Devíamos esquecer a grande questão de classe, da luta do proletariado, ou seja a solução da grande contradição entre o proletariado e a burguesia?

Enver Hoxha jamais compartilhou da análise do Partido Comunista Chinês que enxergava a URSS dos anos de 1975 a 1985 como a superpotência mais perigosa. Tampouco esteve de acordo com a previsão segundo a qual a União Soviética desencadearia uma guerra para tomar controle da Europa Ocidental. Para o PTA, a União Soviética ao invés de desencadear a guerra contra o elo mais fraco do sistema capitalista mundial, golpearia onde pensaria obter maior proveito

Também carecem de fundamento as observações de Enver Hoxha sobre o caráter nacionalista e antissoviético da política externa chinesa dos anos 70: “Esta política é regida por dois critérios fundamentais. O primeiro é a benevolência ou a falta dela por parte da China(...) Se canta louvores a ela ou manifesta apoio, pode ser quem for. O segundo é que se está contra os revisionistas soviéticos, são amigos dos chineses, seja quem for”.

Enver Hoxha também teve razão ao criticar a estratégia de Deng Xiaoping, que declarou em 1977:

“Temos que destruir o plano de guerra global preparado pela União Soviética, e espero que nesta luta se una o mundo inteiro, o terceiro mundo, o segundo mundo, e mesmo os Estados Unidos, que pertencem ao primeiro mundo.(...) É preciso que esta mobilização seja multilateral, política, ideológica, econômica e militar”. Enver Hoxha denuncia o caráter aventureiro e provocador desta estratégia: “Pouco importa para Deng Xiaoping se as ações que propõe terão como consequência levar os povos e o proletariado de todos os países a um banho de sangue. Este fascista não tem interesse na luta de libertação dos povos contra o imperialismo e o social-imperialismo bem como contra a burguesia reacionária de seus países.”

Mas quando critica os desvios oportunistas do Partido Comunista Chinês, Enver Hoxha se perdeu em uma verborragia esquerdista não menos perigosa.

Desde o momento que Nixon fora recebido na China em 1971, Enver Hoxha levantou a hipótese de que a China havia se convertido em uma nova “superpotência”! Quando houve a eliminação do Bando dos Quatro, voltou a evocar esta ideia: “A mesma China tenderá a se converter em uma grande potência social-imperialista”! A via de Mao, Chou, Deng e Hua Kuo-Feng é a via capitalista, a via da reação e do social-imperialismo.”. Acusando a China de ser conivente com anticomunistas, Enver Hoxha se afundou em um delírio esquerdista que atende também ao discurso de certa extrema-direita: “A luta que levou a China contra o social-imperialismo soviético tem apenas um caráter de expansão territorial. A China tem a ambição de ocupar os territórios vizinhos do Norte, como da Sibéria, Mongólia, etc. Por outro lado, também quis, ainda que não rapiná-los, ao menos extender sua influência na Índia e em outros países do sudeste asiático, como Indonésia, Filipinas, os países do Extremo Oriente, Austrália, etc.” Estas são, letra por letra, as teses propagadas pela extrema-direita norte-americana.

O esquerdismo e o revisionismo abandonam a análise materialista e rigorosa das realidades em transformação e contraditórias entre si. Muitas vezes resultam de premissas idealistas, se centram cegamente em um aspecto das coisas e desenvolvem de forma unilateral. A partir de algumas constatações reais, porém parciais, extrapolam de forma idealista e arbitrária. Por causa de uma visita de Nixon e alguns gestos de reconciliação e compromisso com o Imperialismo americano por parte da China, Enver Hoxha evocou a hipótese de uma superpotência chinesa que está se encaminhando para o expansionismo, lutando pela hegemonia mundial. Não se pode basear uma política marxista-leninista com tais tolices. De fato, partindo das premissas de Enver Hoxha, se poderia perfeitamente considerar um futuro diametralmente oposto: o revisionismo na China restaurar o capitalismo, e a anarquia capitalista causar o colapso das autoridades centrais, e a China se dividir e se converter novamente em uma neocolônia de várias potências imperialistas.

A forma unilateral, arbitrária e extremista de analisar as divergências ideológicas e políticas se manifesta sobretudo na seguinte observação, que Enver Hoxha formula em 1976, quando prevê que a China se converterá em uma superpotência: “Já prevíamos esta situação desde muito tempo, em 1960(!), quando os dirigentes chineses fingiam nos defender contra os Khrushchevistas”. Da pior indecisão tática para a completa degeneração em uma superpotência expansionista: para Enver Hoxha, é impossível escapar desta sequência lógica…

Crítica ao revisionismo ou luta extremista?
É correto que Enver Hoxha alertou acerca do perigo de reconciliação da direção chinesa com algumas correntes revisionistas.

Em 1977, previu que após a reconciliação política com o revisionismo iugoslavo e romeno, a China se direcionará para a Polônia e Hungria. “Assim pensam unir esses países ou separá-los da União Soviética. Está aí uma velha política do Imperialismo americano e britânico sob o qual, Tito, sob a máscara do suposto socialismo científico, é a vanguarda com suas manobras políticas”. E Enver Hoxha denuncia o “socialismo específico com as cores do país” defendido por Tito, Togliatti e agora também pela China. “É a via da aliança com todos os demais partidos revisionistas do Ocidente ou de outros continentes”. Nisso, Enver Hoxha acertou.

Mas ao invés de fazer uma análise concreta das lutas políticas no seio do Partido Comunista Chinês–das tendências revisionistas que indiscutivelmente estão presentes, assim como a corrente marxista-leninista–, Enver Hoxha se perdeu novamente em exageros esquerdistas e afirmações arbitrárias. Não sobra muito espaço para a dialética quando se declara autoritariamente que todos estão podres e que vão lutar contra todos eles sem hesitação.

“Não devemos alimentar nenhuma esperança que os revisionistas chineses possam mudar, nem ter a mínima indecisão em nossa atitude para com eles”. Mas Enver Hoxha acredita que ainda tem mais material para demonstrar, em particular, que Mao tsé-Tung nunca foi um marxista! “Mao segue afirmando que ‘o campesinato é a força dirigente mais revolucionária, e que é sobre ela que a revolução deve se apoiar’. Para Mao, o papel do proletariado na revolução não vai além de um papel secundário, e porque não dizer, em terceiro lugar”. “Outra expressão desta linha antimarxista de Mao é a concepção segundo a qual ‘as cidades devem ser cercadas pelo campo’. Em outras palavras, é o campesinato pobre que deve guiar a revolução, porque ‘o proletariado das cidades havia perdido seu espírito revolucionário, se tornou conservador’”. O primeiro texto do primeiro volume de Mao, ‘Análise das classses da sociedade chinesa’, publicado em 1926, já permite refutar estas especulações de Enver Hoxha. Durante toda a revolução, o Partido Comunista Chinês empreendeu um intenso trabalho clandestino entre os operários. Muitos quadros operários, a ponto de serem descobertos pela polícia, foram transferidos para as zonas de guerrilha onde se reuniram com os quadros proletários que sempre formaram o quadro político do exército camponês.

Também é interessante constastar, novamente, que as “análises” esquerdistas e extremistas se distanciam da realidade e desconhecem a dialética. Por este motivo, podem facilmente se juntar às “análises” revisionistas. De fato, as inverdades flagrantes de Enver Hoxha que acabamos de mencionar, parecem ser retiradas das incontáveis obras que os brezhnevistas escreveram sobre o “maoismo”.

A luta no seio do Partido: liberalismo e esquerdismo
Enver Hoxha fez algumas críticas a respeito da forma com que o Partido Comunista Chinês leva a luta interna. Merecem uma reflexão. Em 1966 e 67, traçou os seguintes comentários sobre a luta contra os revisionistas durante a Revolução Cultural.

“Precisamos golpear os inimigos, não apenas com palavras e cartazes, mas também, se necessário, com uma bala na cabeça. O inimigo deve sentir profundamente, até a medula, os golpes da ditadura do proletariado”. “Caso se siga pela via oportunista da ‘educação e reeducação’, nos expomos a grandes perigos”. “Uma revolução que não golpeia os grandes traidores, não é uma revolução”. “Atualmente, enquanto se desenvolve a revolução para tirar o poder das mãos dos revisionistas, observamos manifestações de diletantismo, tolerância, indolência e liberalismo dos elementos antipartido. Observamos que se destaca a ausência da disciplina de ferro que deve existir no Partido na revolução”. “Se observa uma atitude oportunista, liberal-burguesa por partes destes elementos hostis, antipartido. Khrushchev elogiava os chineses por isso e Mikoyan qualificou de ‘boa atitude dos camaradas chineses’, e de ‘não ter nada em comum com a política que Stalin tomava com os quadros’. “Junto ao resto do grupo, Liu Shao-Shi abaixava novamente a cabeça, como o fez outras vezes e a levantava, da mesma forma que levantou outras vezes. Mas Mao já não estava lá para salvar a situação”.

Os acontecimentos destes últimos quinze anos deram toda a significação a estas observações. Deng Xiaoping e os demais membros do grupo de Liu Shao-shi fizeram sua autocrítica e prometeram que não voltariam a pôr em cheque as justas conclusões da Revolução Cultural. Mas uma vez no poder, permitiram que Hu Yaobang e Zhao Ziyang praticassem um revisionismo muito mais extremo do que o que Mao combateu em 1966. Está claro que o PCCh se encontra com grandes dificuldades para definir uma linha marxista-leninista coerente que respeite a ditadura do proletariado, a luta de classes sob o socialismo e a educação marxista-leninista. O partido não tem sido capaz de discernir a diferença entre crítica-educação de quadros que cometeram erros oportunistas e a depuração dos revisionistas recalcitrantes. E torna-se claro que os revisionistas melhoram suas táticas para esconder as suas intenções a fim de ocupar posições de liderança e recrutar elementos burgueses.

Porém, Enver Hoxha tira conclusões arbitrárias e exageradas de sua constatação dos erros oportunistas. Apenas desenvolve o conceito de “luta política, crítica, educação e reeducação dos quadros” e enfatiza de forma unilateral a depuração e repressão.

Em 1975, vários quadros do PTA, entre os quais estava Beqir Balluku, ministro de Defesa e membro do Politburo, foram executados. Enver Hoxha fala do “complô militar-econômico conduzido por Beqir Balluku, Petrit Dume, Hito Kato, Abdyl Këllezi, Koço Theobdhosi, Lipe Nashi, etc. O objetivo destes traidores era liquidar o partido e sua direção marxista-leninista, fazer da Albânia um país revisionista”. Eram “antigos agentes dos soviéticos, mas também se ligaram aos chineses”. De que crimes os acusava? “O plano estratégico hostil que Beqir Balluku estava preparando(ministro dA Defesa), foi elaborado por sugestão de Chou En-lai”. “Chou En-lai disse para Beqir Balluku: ‘Para vocês, não há outra estratégia senão a dos maquis”. Em outras palavras: ‘Fugir para as montanhas a partir do primeiro dia de ataque do inimigo.’ “Chou En-lai reiterou a Adil Carçani seu plano diabólico: ‘Se unam aos demais países dos Balcãs, independentemente de suas diferenças’. Que inimigo pseudo-marxista vil e desprezível!” Os crimes de Adil Carçani foram a “descentralização da economia, a orientação para a autogestão, a sabotagem de nossa indústria petrolífera, inchamento da burocracia”. “É muito possível que Abdyl Këllezi, sendo o homem dos iugoslavos, poderia ser ao mesmo tempo o homem dos chineses. Portanto(!) este complô parece ter sido muito extenso”. Em 1976, no momento da eliminação do Bando dos Quatro, Enver Hoxha formulou a bandeira da luta “contra o social-imperialismo chinês” e afirma que Chou En-lai havia atuado contra a Albânia por vários anos, sabotando sua economia mediante uma ajuda insuficiente e a demora do envio de máquinas. Logo assegura que “Beqir Belluku e Abdyl Këllezi eram seus cúmplices no complô tramado contra a Albânia para derrubar nossa direção”.

Para Enver Hoxha, toda divergência séria se converte em complô. Poucos esforços são realizados para resolver divergências–e inclusive divergências graves– mediante a discussão e a luta política. Os saldos destas lutas políticas não são usados para a educação e unificação política e ideológica dos quadros. Reina uma unidade aparente, mas não se baseia em um entendimento comum das contradições que se formam no transcurso da luta.

por Ludo Martens




fonte - http://www.novacultura.info/#!Martens-Mao-Tsetung-e-Enver-Hoxha-e-a-luta-sobre-duas-frentes/c216e/568ec3c00cf29139531f2e1a

Documentários e Vídeos

Intelectual da Ucrânia fala sobre as "repressões de Stalin"  ¡Stalin de acero, conciencia del obrero! O nome da Rússia: Stalin, por Valentin Varennikov 

Postagens populares